segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

|Profissão: Mãe

| dores de mãe

Desde sempre que lido com episódios em idas recorrentes à escola...
Com os anos e o passar dos dias a minha experiência e bom senso tem vindo a alertar me para factores bem mais importantes e que sinceramente (me) tornam naquilo que ambiciono para que o Gustavo seja em adulto.
Sim, todas os pais pensam no futuro maravilhoso dos filhos, o quadro de honra, as pautas carregadas de boas notas e sempre um comportamento exemplar.
Nunca tive isso.
Não o ambicioso. Se gostava? Ohhh sim seria motivo de orgulho.
Mas tenho outros quadro de honra, no coração.
Sim tem aproveitamento, sim é distraído, sim não pára quieto, nem eu...lamentável que nos dias que correm muitas vezes não se entenda que existe a realidade da hiperactividade e do défice de atenção. Com isto não vamos confundir estes factos com faltas de educação e/ou de comportamento.
Sim somos ambos super activos é muito distraídos. Temos diferenças, a idade, a experiência e a maturidade.
Sim esforço me muito, e ele também.
Sim a minha casa é um enorme post it de informação.
Sim vasculho a mochila diariamente para não haver falhas, mas eu também falho.
Sim temos uma alimentação diferente.
E sim não somos medicados com químicos mas com amor, paciência, atitude, meditação, risos, música, compreensão, estimulação, carinho, colo, mimo....
Sim não me arrependo.
E sim vou à escola, abro o livro, explico, sou sincera, escuto, entendo, estou alerta, mas o que ambiciono na minha realidade é que seja lá o que ele venha a ser no seu futuro, medico, engenheiro, maquinista, condutor de foguetões, escritor, empregado de balcão, é que tenha valores e acima de tudo que seja feliz.
Que goste dele próprio, que respeite o outro, que lute pelos seus sonhos, que não desista.
Que seja acima de tudo Feliz!
Que tenha ambição é que não se deixe manipular pela ganância.
Que seja tão genuíno e que a essência seja pura por dentro e por fora.
Que digo e repito, mesmo quando percebo que não entendem o que digo, que o Gustavo tem pais separados mas que somos uma família, lamento tanto que não se entenda...
Que somos felizes, uns distraídos, cheios de energia mas tão felizes.
Que discutimos, que temos guerras, mas nos abraçamos e dizemos "eu amo-te" da forma mais simples e sincera que pode existir.
E o que realmente me importa, além do aproveitamento, das capacidades, do comportamento é se ele é feliz na escola!
Há coisas tão simples, mas por vezes reparamos que quem está à nossa frente só vê chapéus e nunca vai ver a cobra que comeu o elefante.
O meu Princepezinho vai crescendo e eu lá vou sendo a rosa amada e a raposa que fala com ele.
Somos pais, somos e devemos ser Amor, porto de abrigo, compreensão, pulso e também o "não" que dói.
Profissão: mãe!  


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