Entro, sento me, ponho o cinto, ligo o carro, ponho o telemóvel à carga, coloco o auricular, programo o GPS.
No banco levo a carteira, uma água e os cigarros.
Na marcação rápida os favoritos, os que me acompanham na viagem como se comigo fossem dentro no carro.
O rádio toca e muitas vezes nem percebo o que diz...por entre pensamento vagos e perdidos dou por mim a bater o pé, e a agarrar o volante como se dançasse comigo uma valsa (imagino eu que assim seja, pois nem uma valsa sei dançar).
Comigo levo a certeza de que vou e volto.
De que na volta esperam por mim.
De que na volta, o meu amor precisa de mim.
Pensamentos vagos e soltos, passam na minha mente, como os carros que aceleram na via ao meu lado. Por vezes tão loucos como aquilo que penso só para mim.
E, só volto porque sei que tu esperas por mim.
A mente segue o "cruise control" e navegamos automaticamente por ideias, decisões, opções, sentimentos, emoções e tantas coisas que vão e vêem sem pedir licença, nem ordem de permanência.
Por vezes é só assim. Vou, venho e nem parece que parti. Só foi o corpo, porque a mente, ficou aqui.
Repito o processo, é todo um ritual, sempre feito com o mesmo rigor:
Entro, sento me, ponho o cinto, ligo o carro, ponho o telemóvel à carga, coloco o auricular, programo o GPS.
No banco levo a carteira, uma água e os cigarros.
Na marcação rápida os favoritos, que me acompanham na viagem como se comigo fossem dentro do carro.
O silêncio vai comigo e ajuda me a decidir, e perceber o caminho, a jornada, e o que ambiciono a cada chegada.
São só viagens, são só estrada, são só momentos de reflexão que me ajudam na minha evolução.
Não é uma viagem, são muitas, são muitos caminhos, são muitos momentos e são tantas resoluções.
E é ali, na estrada que traço tantas vezes o meu caminho, a minha rota e que programo o meu GPS da vida.
Não é só a estrada, é a vida!
E todos os dias repito o ritual mesmo que não seja para traçar caminho, mas porque todos os dias corro o meu caminho.
E tento com clareza, com algum saber, com alegria e querer, repetir a cada acordar, com rigor o ritual:
Entro, sento me, ponho o cinto, ligo o carro, ponho o telemóvel à carga, coloco o auricular, programo o GPS.
No banco levo a carteira, uma água e os cigarros.
Na marcação rápida os favoritos, que me acompanham na viagem como se comigo fossem dentro do carro.
Isto é a viagem da vida, a cada dia, a cada momento mesmo quanto o carro sou só eu.
E tu? És tu quem conduz o teu carro?
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