quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

|Perder ao Amor

Doí me o Amor...
Hoje doí e vai doer.
O tempo ajuda...dizem-me.
Eu sei.
Ó se sei.
Mas trás a saudade.
E aos poucos a voz fica leve na memória...
Aconteceu com o meu pai.
Um dia ouvi lhe a voz. Chorei perdida, pois a voz que tinha na memória já era leve. Ouvia-a longe, mas pensava-a perto.
Quando ouvi, numa gravação arrepie-me. E constatei naquele momento que as saudades que sentia eram muito maiores.
Imensas.
Guardo numa caixa o último frasco de perfume do meu pai...tem dias que vou lá, como se fosse proibido.
Às minhas escondidas.
Cheiro, fecho os olhos e sinto o colo, oiço a voz, forte e firme, vejo o rosto, meio sumido, mas sinto a presença.
Passaram-se vinte-e-um longos anos, mas nestes dias parece me que foi ontem.
Nestes dias em que tenho de ser mais forte, mais ou menos emotiva, mais ou menos eu, mais ou menos racional, revejo tudo de novo.
Vejo os rostos, observo as expressões detalhadamente, se não parecesse mal fotografava. Porque os momentos de enorme tristeza, de dor, de choro, de desespero são tão sentidas, fortes e genuínas como as de enorme alegria.
Isto porque, só podemos chorar de amor por alguém que amamos e nos amou.
É uma dor sentida.
Doí.
O desapego carnal, a presença, o estar, o saber que está, custa muito perder.
Deixar de ver parece nos sempre pior que deixar de sentir.
O corpo que vemos ir, de forma tradicional, num ritual de culto, de velar, de choro, de gemido é torturante, para quem vai...para quem fica.
A despedida é cruel. É dura.
Arrancam nos, rasgam nos a Alma, levam a cada pazada de terra que bate, partes do nosso coração.
Onomatopeias reais. 
Pum, catapum e o som rompe a Alma...arranca choro, dor, lágrimas.
E trazemos algo que queremos que seja só nosso como elo, como uma amarra ao que se foi.
O olfacto é poderoso. 
Juraria que hoje entre rajadas de vento senti o perfume do meu pai, estava ali...de braço dado comigo.
A cada rosa branca beijada e atirada, damos de nós, queremos acreditar que sim, alivia.
E depois os ciclos repetem-se. 
Regeneram.
Desde cedo que sinto a dor da perda, de ter de ser obrigada a deixar ir...até grávida tive de deixar ir o meu avô...e passados meses, depois desse ciclo fechado renasce outro, com o nascimento do meu filho no dia de aniversário da minha avó, da qual hoje, também tive de me despedir.
É este o ciclo.
É esta a viagem.
O caminho.
As paragens que nos abanam.
Que nos fazem pesar o que vale.
No que acreditamos e queremos para nós, e importante para o outro.
Para o semelhante.
Uma família de mulheres. Bravas, guerreiras, fortes, bonitas...e hoje quebraram-nos o elo. Hoje zanguei me. Hoje ralhei. 
Quero crer que nesta jornada, fazemos uma escala, para uma outra vida, outro caminho, outra luz, mas, a energia, Deus a energia eu sinto! Sinto a muito!
E, amanhã será mais um dia deste caminho, e os ciclos repetem-se, as vontades mudam, os valores crescem.
E dentro da minha perda, sinto paz, porque sei que tiveste uma vida cheia de amor, e muito carinho.
Muito amor, muito mimo, muito colo.
A energia paira aqui à minha volta, sinto-a...e hoje acendo te uma vela, para que tenhas luz, calor e amor.
Paz em ti, e feliz que estás fora da matéria com quem te esperava, não tenho dúvidas.
E hoje é o dia em que abro a caixa e inspiro de olhos fechados o perfume do meu pai...e recebo o abraço, e me sento ao seu colo, e ele me sussurra ao ouvido que está tudo bem, que está tudo bem e que eu sou forte, que precisam de mim...e hoje sei que choro ao teu colo encostada ao teu ombro e que não quero da lá sair...


segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

|Janeiro quase Fevereiro

Ahhhhh...e estamos quase em Fevereiro!
Dizem, que os primeiros doze dias do ano, equivalem ao que será esse mesmo ano.
Assim seja. Doze dias tranquilos, cheios de amor, paz de espírito, amizade, empenho, dedicação, trabalho, constatações, ideias arrumadas, objectivos traçados, sabores de metas cruzadas!
Gosto do número 2015.
Não sei explicar porquê, mas gosto!
É (para mim) um número simpático.
Quando começamos bem, terminamos melhor.
E eu comecei clarificada.
Serena.
Determinada.
Tenho uma sensação ilusória, ou não, que nos últimos anos, pelo menos nos últimos dois, os critérios de avaliação, seleção e rigor, se apuraram. 
E, neste ano em início de curso,  o bom, bem como o mau estão a descoberto.
O que dás recebes. 
O que transmites, volta.
A lei do retorno pode tardar mas não falha.
Cuidado com o que pedimos ao Universo!
Não sei se acertadamente, ou não, conta o período selectivo desde que entrei na "GoldenAge", os fantásticos Forty, os quarenta de maduros, com as ideias (pré)arrumadas, mas com a certeza do bem e do mal.
O bem e o mal, nunca antes fizeram tanto sentido.
E mais, nunca foram tão evidentes, tão lúcidos.
Na roda viva do meu dia-a-dia, reservo espaço para a qualidade que, nem sempre tem de ser equitativa com a quantidade. Pelo contrário, mas de valor.
Coisas simples. 
Consigo enquadrar esses momentos, com uma palavra só - gratidão!
Agradeço o momento que acordo.
Agradeço o Sol.
Agradeço a Vida.
A minha, e dos que quero junto a mim.
E desapegadamente, sem qualquer pedacinho de mal, nem recordo aqueles, ou aquilo que não me faz bem.
É surpreendente a paz de uma mente limpa.
De quem é genuíno.
De quem faz e dá o que tem, nem que seja o seu sorriso, o riso ou a voz. O abraço. Um carinho.
E eu dou, e recebo.
Estou indiscutivelmente mais metódica.
Dentro da minha agitação inata, sinto me metódica.
Mais organizada.
Mais crente.
Com mais fé naquilo e/ou naqueles em que acredito e a quem ou, ao que me dedico.
Este ano, de 2015, de descobertas felizes a cada dia, de renascença e felicidade, em tão poucos dias de vida, já me deu tanto, já me mostrou e ensinou tanto, que em estou certa que isto vai fluir e fluir, e desencadear coisas maravilhosas.
Estou (para não variar) positiva, focada e leve.
Os nós, estão a soltar se. 
As pontas, a amarrarem se em sitios, ou pessoas certas.
A limpeza de tantos meses, as batalhas, as vitórias, as derrotas, fazem sentido pelo ensinamento, pela certeza de terem sido lutas limpas, sem perjúrios, sem pisar outros, lutas de corpo presente.
O gosto por coisas pequeninas aumentou. 
Aprender a reconhecer o que vale, o que é certo, e merecido.
Tenho óptimas memórias do que trouxe do ano que passou, bem presentes, activas, vivas.
O menos bom ficou lá. Resolvido. Só trouxe as lições para estudar.
Tem sido uma escola com excelentes professores e colegas. 
Sinto me Mulher e Mãe. 
Sinto me família. 
Abrigo. 
Colo e abraço.
Sinto me realizada, com o que tenho e dou.
Este ano, ainda agora começou e já estou grata, de coração aberto. 
Preparada para desafios. 
Para fechar janelas que podem fazer correntes de ar frio. 
Vou dar de mim, como sempre, entregar me ao desafio, e permitir abrir a porta.
Entrei com o coração e a Alma, mas, a razão está serena.
Que a insustentável leveza do meu ser, seja abalada com surpresas, momentos, atitudes, gestos, emoções que marquem cada mês, como o melhor. 
Que no final, no balanço, a memória não me falhe, que sorria e ria e soe a Amor, a partilha e entrega.
Venha Fevereiro que, de Janeiro, já tenho tanto para recordar...grata!




sábado, 24 de janeiro de 2015

|Regenerar


A nossa capacidade de regeneração é imensa.
Regeneramos os ciclos da vida, o dia-a-dia, os conflitos, os caminhos, as amizades, a vontade, o sonho, a realidade...
Tudo é possível de ser regenerado.
Renascido.
Reciclado.
Somos sujeitos a tumultos, a experiências, lutas, guerras, batalhas, conquistas, amores, desamores...
E regeneramos, renascemos, reciclamos o coração e a Alma.
Crescemos.
Tiramos experiência da regeneração, aprendizagem, método e formas de continuar no nosso registo, no sonho, no objectivo a que diariamente nos propomos. 
Da mudança vem o novo dia, iluminado, revitalizado, pronto.
A cada renascer ficamos mais fortes, determinados e plenos do que não queremos, do que deixamos para trás, arrumado e resolvido.
A cada cinza surge a vida, renascida, encontrada com novo empenho, com novas metas e sabores. Novos amores.
A vida é feita de mudança, de caminhos cruzados, de palavras ditas, de frases escritas e da certeza que a cada virar de página uma nova história se inicia.
Venha vida cheia de pormenores que depois de escritas e sentidas fazem parte das nossas memórias do melhor que temos e levamos, do que suspiramos e suámos para que na consciência fique apenas a paz de espírito.
Vida em mudança a cada minuto.
Vida cheia de energia.
Repleta de desafios.
De contradições.
Mas de momentos felizes que fazem o caminho valer a pena.
O trajecto fazer sentido.
Renascer é felicidade. 



sábado, 17 de janeiro de 2015

|A Estrada


Entro, sento me, ponho o cinto, ligo o carro, ponho o telemóvel à carga, coloco o auricular, programo o GPS.
No banco levo a carteira, uma água e os cigarros.
Na marcação rápida os favoritos, os que me acompanham na viagem como se comigo fossem dentro no carro.
O rádio toca e muitas vezes nem percebo o que diz...por entre pensamento vagos e perdidos dou por mim a bater o pé, e a agarrar o volante como se dançasse comigo uma valsa (imagino eu que assim seja, pois nem uma valsa sei dançar).
Comigo levo a certeza de que vou e volto. 
De que na volta esperam por mim. 
De que na volta, o meu amor precisa de mim.
Pensamentos vagos e soltos, passam na minha mente, como os carros que aceleram na via ao meu lado. Por vezes tão loucos como aquilo que penso só para mim.
E, só volto porque sei que tu esperas por mim.
A mente segue o "cruise control" e navegamos automaticamente por ideias, decisões, opções, sentimentos, emoções e tantas coisas que vão e vêem sem pedir licença, nem ordem de permanência.
Por vezes é só assim. Vou, venho e nem parece que parti. Só foi o corpo, porque a mente, ficou aqui.
Repito o processo, é todo um ritual, sempre feito com o mesmo rigor:
Entro, sento me, ponho o cinto, ligo o carro, ponho o telemóvel à carga, coloco o auricular, programo o GPS.
No banco levo a carteira, uma água e os cigarros.
Na marcação rápida os favoritos, que me acompanham na viagem como se comigo fossem dentro do carro.
O silêncio vai comigo e ajuda me a decidir, e perceber o caminho, a jornada, e o que ambiciono a cada chegada. 
São só viagens, são só estrada, são só momentos de reflexão que me ajudam na minha evolução.
Não é uma viagem, são muitas, são muitos caminhos, são muitos momentos e são tantas resoluções.
E é ali, na estrada que traço tantas vezes o meu caminho, a minha rota e que programo o meu GPS da vida.
Não é só a estrada, é a vida!
E todos os dias repito o ritual mesmo que não seja para traçar caminho, mas porque todos os dias corro o meu caminho.
E tento com clareza, com algum saber, com alegria e querer, repetir a cada acordar, com rigor o ritual:
Entro, sento me, ponho o cinto, ligo o carro, ponho o telemóvel à carga, coloco o auricular, programo o GPS.
No banco levo a carteira, uma água e os cigarros.
Na marcação rápida os favoritos, que me acompanham na viagem como se comigo fossem dentro do carro.
Isto é a viagem da vida, a cada dia, a cada momento mesmo quanto o carro sou só eu.
E tu? És tu quem conduz o teu carro?



sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

|Apaixonar


O mistério do mais assustador dos sentimentos.
Quem nunca esteve apaixonado não sabe do que falo...mas quem, quem é que nesta vida ainda não esteve apaixonado?
De que forma nos apaixonamos? E porquê?
Como surge esse sentimento? De onde vem?
Existem tantas formas e jeitos de paixão...
Apaixonamo-nos por um sol quente e um azul do mar.
Por um livro escrito ao nosso jeito.
Por um por de sol embrulhado num abraço.
Apaixonámos-nos por um céu estrelado, e uma lua cheia.
Por palavras sentidas, que de alguma forma nos tocam o coração, a alma. 
Pelo abraço de uma despedida.
Por um carinho meigo.
Depois, temos as músicas que nos lembram as paixões. As que existem e as que já foram.
A música acompanha o sentimento que naquele momento marcou a nossa vida.
Ouvimos uma música e a pele arrepia se, uma lágrima que cai um sorriso que se expressa.
Tantas formas de paixão, tantas formas de amar.
Será a paixão a mais nobre forma de amar?
Não.
A paixão é o sentimento incontrolável que te engana a mente, engana a razão.
A paixão é apenas o fogo, o arder rápido. 
A paixão não é o "incêndio" do amor é apenas a pinha que arde. O amor, esse sim surge e só se mantém sobe um fogo intenso, se as almas nele postas forem combustão.
A paixão são as borboletas (estúpidas) que por vezes não te deixam ver claramente a verdade.
Estar sobre este sentimento, quase frívolo, deixa te bloqueado do resto dos sentidos. Inerte. Sem rumo ou foco.
Um sentimento abrangente que todos os outros submergem. Apagam se.
E depois quando a paixão não é alimentada, quando não correspondida, tudo o que de euforicamente doce sentias, passa para um sentimento vazio. Inócuo.
Frio.
A paixão não serve, a quem não consegue manter clara a objectividade. Mas, se somos objectivos, não estamos apaixonados.
Os apaixonados trazem aquele sorriso dos tolos. Dos joanes. Dos parvos.
O sorriso de que o mundo parou e nada mais existe senão o seu amor.
Só existe uma paixão incondicionalmente, feliz e plena de amor. A de uma mãe ou um pai por um filho. Esse é o único sentimento puro totalmente desprovido de culpas, de pretextos ou frases com intenções secundárias. É a paixão do Amor.
As outras, sobre tantas formas possíveis, na sua maioria, são passageiras. São curtas. 
O amor que mantém a paixão, que a alimenta, que te leva a razão a assumir que o amor prevalece. Que esse amor forte e apaixonado tem razão de existir. Esse é raro. 
Apaixonamo-nos todos os dias de formas e por coisas ou pessoas tão diferentes, que sentimento ambíguo e estranho de definir.
A experiência ensina-nos a respeitar o amor, e a esculpir muito bem o sentimento fugaz da paixão.
As borboletas já não batem da mesma forma. Por vezes nem aparecem. Mas o mais importante do ensinamento é percebemos, que afinal a cada dia, sabemos com afinco aquilo que queremos, o que nos faz bem. 
Acordo apaixonada pelo dia mas vivo enamorada pela vida. 



sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

|Grata

Existem dias em que a existência do ser compensa.
Ontem e hoje foram dias abençoados, doces.
Estar com alguém que sabemos que fica feliz com a nossa presença. Que a nossa alegria, as gargalhadas valem emoções, valem sonhos, valem Amor...
Saber que estarmos, nem que seja só pelo abraço, não é um abraço qualquer, é um abraço sentido, de amiga, de que estou aqui, e estarei...para ti.
Que saber te bem, rir contigo de coisas sérias é tão importante como o simples facto de desvalorizarmos as coisas que não fazem sentido algum.
Rir me de ti contigo, de forma doce, sem medos, sem tabus alimenta o meu e o teu sonho.
E tu sabes que és do tamanho dos teus sonhos.
Sentadas no sofá a sentir o sol que nos aqueceu durante uma pequena tarde de palavras sinceras, sentidas e amigas...de sempre, de igual.
Está tudo igual, percebes?
A amizade resulta da partilha. Eu partilho contigo o meu melhor e recebo de ti o teu melhor. Tu conheces me num rápido olhar, e eu "apanha te" na tua singela forma de sorrir.
Os teus olhos verdes são puros e cristais cintilantes que brilham de luz. Uma luz intensa e pura. Essa luz és tu!
Falamos, e questionamos de forma desconexa os caminhos da vida, as voltas e as curvas que vamos percorrendo.
E, de uma forma simples, vamos sempre parando nos mesmo atalhos, nos cruzamentos que nos fazem parar, escutar, olhar e perceber que mesmo que longe estamos sempre próximas, que viajamos lado a lado. Esse é o sumo da vida, de uma amizade partilhada, alimentada, regada com amor e cumplicidade.
E hoje libertei me (por ti e por mim) de um peso que trazia dentro de mim. Fiquei tão leve, tão suave e com um sorriso tão puro. Que me faz acreditar que existem pessoas com Almas maravilhosas.
Que conhecem os ajustes da vida. Que nos entendem, perdoam e ainda pedem um abraço.
Por ti, e a ti devo a paz de espirito com que me sinto.
Hoje sou ainda mais feliz e certamente uma pessoa melhor.
Sou grata pela nossa amizade, e pelo bem que nos fazemos uma à outra.
Gosto de ti!


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

|Sol de Inverno

Está frio.
Tenho frio.
Não gosto do frio mas gosto do Inverno.
São coisas diferentes.
Pode ser Verão e ficar frio e eu aí também não gosto.
Mas gosto do que envolve o Inverno. Do que traz e do que transmite.
Gosto da lareira, do ritual em que me empenho a limpar o vidro...e toda uma visão arquitectónica do atear o fogo. Gosto no Verão ir apanhar pinhas, respirar aquela pureza, e saber que meses mais tarde aquele pequeno prazer se transforma noutro. É um ciclo.
Gosto de um banho quente. Demasiado quente. Imaginariamente, comparo a água ao Sol. 
Gosto do sol de inverno.
Das cores das folhas.
Dos vermelhos, roxos, amarelos e laranjas que rasgam os céus com o pôr-do-sol.
Gosto do cheiro a lareira num nevoeiro cerrado...
Do valor que entregamos ao "ninho", ali sabemos que o conforto nos abraça calorosamente.
Um chá quente e uma torrada.
Horas perdidas em pensamentos vagos e alheios, apenas a mirar o fogo que dança na lareira.
Gosto das iguarias. Dos pratos quentes. De forno. De conforto. 
Uma sopa de feijão ou um risotto de chouriço carregado de parmesão.
Gosto da química que existe entre uma caneca de café e uma fatia de pão com manteiga. É amor puro!
Gosto do Inverno, não gosto de ter frio. Quando é que chega o Verão?


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

|Almas

De que se alimentam as almas...
Dos 5 sentidos da vida!
Daquilo que nos arrepia do que nos faz sorrir chorar rir e amar.
Olho para trás para os lados para a frente...o coração quer olhar para trás mas a razão diz me que foi sempre a melhor opção que para a frente será sempre o caminho.
Alimentar a vida com aquilo que nos faz vibrar. Um beijo, quente intenso fogo que arde sem se ver. Um abraço. Um toque suave. Sentir o sol fulminar me o corpo. Sentir o mar nos pés fechar os olhos e abraçar a brisa o cheiro intenso que passa por mim e me liberta de tudo aquilo que quero deixar.
Um cheiro que nos faz olhar para trás, uma música que nos marca um momento para jamais esquecermos.
Sentir o cheiro de um pão acabado de fazer, morangos, café, fresias e maresia.
Quero olhar para trás e só posso andar para a frente...
Um abraço que vale por mil palavras. E olho para ti e para ti e no espelho para mim e vejo o teu olhar e o teu e o meu.
Os olhos espelham a alma. O brilho a felicidade o momento a emoção um sentimento guardado e jamais revelado e se olhar com atenção consigo ver e sentir a tua alma...
Fecho os olhos e em poucos segundos revejo a minha vida. Rapidamente em momentos imagens para sempre guardadas.
Os que estão os que já foram e os que possivelmente virão.
Lembro o riso do meu pai, guardo a imagem da primeira vez que vi o meu filho, a dor que é amor, vejo tantos momentos de amor e felicidade que só isso quero levar seja lá para onde for.
Recordo, recordo te com amor e cheia de paixão.
Olha para trás, para os lados e só posso andar para a frente.
Não há nada como partilhar. Um bolo de chocolate, um colo, um amor, uma conversa inacabada, um momento e um orgasmo lento e intenso.
Tudo me alimenta e a felicidade alimenta me a cada dia.
Quem disse que um karma tem de ser negativo. Que uma vida repleta de conquistas perdas escolhas opções e frustrações não faz parte de um crescimento que nos traz algo de bom.
Olho para trás e para os lados e só posso andar para a frente.
Acordar e ver o meu filho dormir. O acordar meigo. A troca de um gesto de amor que levo para toda a vida...
5 sentidos apurados de partilha de sentimentos emoções gritos efusivos de paixões loucas que nós fazem sentir vivos.
Olho para trás e o que vejo e guardo são imagens de sonho que podem levar me para tão longe para tão perto que eu própria posso me  cruzar comigo mesma entre uma reviravolta de sítios da minha memória tão intensos que me fazem sorrir ou chorar mas sempre com um sentimento tão puro e sentido que só pode ser tão meu. Sou assim só eu.


|Mim

Preciso de mim.
Faço me falta. A cada dia que não estou. E tenho de estar para mim.
Passa o tempo, correm as horas e nos dias que não estou nem para mim, tornam se impróprias, carregadas...
Mas depois volto "me"
Suavemente
Num recomeço
Não gosto de recomeços!
Só de começos...inícios que precedem sempre um fim
Olho e olho sem parar. Não vejo nada
Quando não estou para mim também não oiço
Só escuto
Ao longe
Oiço "me" chamar por mim
Fecho os olhos e vejo com clareza SÓ o que anseio ver
Não sinto nada nem me sinto para nada
É só hoje é só agora
Preciso me. Não hoje...hoje certamente que não!

|Olhos

Há olhos que espelham emoções
Que não mentem
Que não conseguem esconder
Que gritam
Que vibram
Que te expõem 
Estes olhos brilham
Estes olhos teem sede de vida, de aventura, de amor, de paixão, de querer mais...
Correm maratonas de emoções
Carregam alegrias e dores
Estes meus olhos respiram o que sou
Mantêm o interior
Filtram as memórias 
Marcam as vitórias
Piscam ao amor
Reviram ao prazer
Fecham se ao ódio
Perduram na leveza do que me faz bem
Estes olhos sou eu
Escondidos, por vezes até perdidos...
Marcam me
Marcam te
Marcam nos
Marcam vos
Para com eles levar um dia, tudo o que me trouxeram e tudo o que não me deixaram ver.





|Paixão Vs Amor

| paixão vs amor

Digo muitas vezes que estar apaixonada vai contra a minha natureza.
Não que não goste.
Que não palpite.
Mas porque a paixão é uma droga de consumo rápido.
De êxtase instantâneo.
A paixão leva nos a cometer loucuras.
A dizer coisas que em perfeito juízo seriam pecados.
A paixão é um fósforo.
Um ai!
Desconcentra.
Retira o foco.
Absorve.
E eu gosto é de Amor.
Que perdura.
O Amor tem história, tem episódios, cenas, momentos que fazem escrever livros.
O Amor é a conjugação da vida, ou de várias vidas.
A paixão é carnal, fogosa e atópica.
O amor é espirito. É alma. É sempre.
E a melhor forma de se poder amar, e ser amado é viver um Amor de uma forma apaixonante.
Amar alguém é saber quem temos ao nosso lado.
Conhecermos o outro.
É a ponte. O caminho.
Deve ser, quem ao nosso lado caminha o mesmo percurso.
É um olhar e saber ler a alma.
É construir sonhos e quebrar tormentas, a dois.
Amor é muito mais que paixão.
Amar é dançar ao mesmo ritmo.
E eu não gosto de estar apaixonada, porque só o amor, um dia me leva de novo a sentir me apaixonada todos os dias...


|Diferenças

| Diferenças

Sou mulher. Tenho 41 anos. Sou mãe de um rapazinho de 11.
Sou separada.
De bem com a vida.
Não procuro ninguém.
Vivo a minha vida com intensidade e muito amor.
Somos cheios de risos.
Somos felizes.
É irritante a diferença que existe na mentalidade dos "outros" não que me afectem mas porque se torna até lascivo.
Ser um pacote 2 em 1 torna toda a situação da conquista muito mais complicada.
Mas essa diferença não reside (no meu caso) em mim ou nós (eu + Gustavo + cão e gato) mas sim no possível pretendente ao suposto "cargo"!!!
Partindo de um pressuposto que sou feliz, independente, cheia de alegria, graça e amor para dar. Com uma vitalidade e energia acima da média. Inteligente. Experiente. Sem qualquer falta de carências afectivas, entendam que os meus requisitos são quase inatingíveis.
Uma conversa de circunstância não serve.
Comer massa com faca e garfo também não.
Não gostar de sushi é impensável.
Comer de boca cheia.
Usar meias brancas.
Não ter umas mãos/unhas perfeitas.
Saber estar.
Falar.
Bolas saber sorrir e fazer sorrir!
Já não há meias medidas ou é "aquilo" e é muito específico ou não existe.
Se não tem piada. Genuína. Esqueçam!
Se não nos põem a imaginar. Está fora!
Se não é educado com um pingo de malandrice, é chato!
Se manda mensagens a toda a hora e trata por "linda" ou "fofinha" está OUT!
Não é fácil convençam se!
Não tem de ser lindo mas tem de ser charmoso.
Não tem de ser um "Adónis" mas tem de ser inteligente e muito perspicaz. Assertivo!
Tem de ter um ouvido apurado, tísico, para nos pormenores ler as coisas importantes (tesouros e recados cruciais).
Mas o mais importante neste pacote é o mais importante dele...os filhos, neste caso específico o meu!
Tem pai, um bom pai. São amigos, cúmplices e presentes.
E aqui está a enorme confusão!
Não se substituem pais nem  mães! (Falo no verdadeiro sentido da palavra pai e mãe não de Aliens)
São insubstituíveis!
Portanto convenhamos que o que se pretende é um amigo ou amiga dependendo da situação. Que até pode ser namorado da mãe mas que não é o pai nem será, nem vai ser, nem tem essa ambição.
Posto isto:
Namorados? Impossível!
O estado de felicidade é tão alto,  bem como as exigências necessárias para avançar em preliminares.
Não se procuram substitutos, não se procuram "cestinhas de mão"!
Não preciso que me façam companhia ao supermercado, ou à cabeleireira...nem que me digam que "SIM Amorzinho" a tudo  ou a toda a hora. Provoca me náuseas, enjoos e uma vontade quase louca de cometer pecados de infidelidade. Os Teddy teem tendência a serem "corno manso"!
Queremos um macho! Mas que respeite sem perder o seu "ar", mas que no íntimo seja doce. Cappicci???
Amar é partilhar o dia - a felicidade do momento - a confiança presente - as emoções - o bom, e importante o MAU - é o apaixonar diário pelas qualidade e pelos defeitos - é aceitar - respeitar!
E num pacote tão "disfuncionalmente" feliz como o "nosso" o importante é chegar a ambos. Uma parte só não chega. Uma  Mãe impossibilita todo e qualquer relacionamento que não seja equitativamente eficaz para todos os membros do seu clã.
E este clã é feliz! É forte! E não procura nada...mas um dia, se aparecer alguma surfista profissional devidamente credenciado pela federação da Vida dos singulares de bem com o universo, disposto a amar sem cobrar, e a partilhar até um serão de pijama cá estaremos para oficializar essa união karmica!
Até lá nós continuamos a ser felizes.
Quem toca aos nossos filhos no coração com dedos suaves na Alma consola-nos com imagens que a mente jamais conseguirá apagar. Retratos de Amor e cumplicidade, que se gravam na memória mais solene a ferros quentes de paixão!