Que semanas estas, cheias de carga emotiva, carregadas. E nos momentos que tens de dar de ti, precisam de ti, aqui, ali, num outro corpo, num outro coração.
Não pode ser leve.
Tem de ser tudo ao mesmo tempo.
Não pode ser devagar.
Tem de ser tudo à bruta.
Corre! Corre e não pares. Não pares!
Deve ser neste momentos, em que nos põem à prova, que "supostamente" ficamos mais fortes, será?
Toca o apito e saltamos na corrida. Lá vamos nós. Sem parar. Estafetas ou não mas temos de chegar, ás vezes nem sei bem onde, mas continuamos!
Semanas intensas de picos de adrenalina, de perda, de ansiedade, de testes, de estudo, de trabalho, de um ritmo que não dá nem deu para abrandar, quanto mais parar!
Depois, no meio do turbilhão dos sentimentos, seguem se as dúvidas, os anseios de mãe...será que foi suficiente, será que conseguiu...
Tanta luta, tanta corrida!
Ser mãe é ser corredora profissional e por vezes ter a certeza na consciência que nem um mísero centímetro andamos.
Somos mães, mas parecemos máquinas! Altamente programadas!
Sofremos, choramos mas continuamos, a cuidar, a cozinhar, a comandar o dia. Vai buscar, vai levar...
Num sopro, ser mãe é um sopro.
No silêncio da noite pode vir a lágrima, a saudade, o desabafo em monólogo, ser mãe é ter banhos demorados, quentes, onde apenas lavamos a alma e escondemos o choro.
E num instante, sem esperar vem um abraço e uma conversa tão genuinamente pura de amor, onde em pequenas patetices percebemos que afinal somos boas mães.
De que me vale, só o bom aproveitamento se o que a vida ensina serei eu a dar, a mostrar, eu e os que nos são próximos.
A família, os amigos do coração. Perceber o bem, identificar o mal.
A cada dia, ensinar que sermos genuínos faz a diferença.
Ensinar com amor é educar com o coração.
Com a certeza que deixamos um legado, que plantamos uma semente, e que dela venham frutos doces. Que cresçam crianças que sejam homens e mulher de valores. De carácter. Honestos. De braços levantados e mangas arregaçadas. E que nunca esqueçam a criança que existe dentro de cada um de nós.
Não desisto!
Não desisto dos meus sonhos, nem dos teus filho.
Não desisto do que acredito.
Não desisto de quem amo. Não desisto do amor, da verdadeira amizade. Dos valores que aprendi, e que contigo partilho.
Não desisto nem de quem um dia amei, porque aprendi, tracei caminho e segui.
Todos os dias a vida nos dá e nos tira.
Todos os dias tiro notas, faço escolhas, aceito as escolhas e sorrio focada no meu caminho.
O dia que desistir de sonhar, já não estarei neste plano.
Ser mãe é viver estupidamente feliz numa angústia constante. De dúvidas, de medo. Medo de perder o amor, o único amor incondicional.
É amar sem saber do retorno.
É ler nas entrelinhas.
É ser grata num abraço.
Num sorriso rasgado, num chamar de mãe melado.
Ser mãe é correr todos os dias.
Corremos tanto. Suámos. Muito! E muitas vezes com consciência de ter ficado no mesmo sítio.
Ser mãe é dar.
Amar, amar e amar.
É ter a certeza que lutamos pela felicidade, pelo aconchego, pelo sentido da palavra lar, família, amor, partilha, amizade, respeito.
Ser mãe é ser palhaço real.
Ter vontade de chorar e sorrir.
Ter vontade de dormir e dançar.
Não ter fome e cozinhar, com amor!
Porque não é só cozinhar é alimentar!
Ser mãe é profissão!
É duro!
É acreditar. É ter fé no que damos todos os dias.
E, hoje mais uma noite que te aconchego a roupa, e sorrio, e suspiro, de amor, porque aprendes o que te mostro de mim, rápido, que me conheces ás vezes melhor que eu, que aceitas, tiras as tuas conclusões e segues caminho. Já percorrido por ti, de mãos ainda dadas comigo. Que olho para ti e sei que sim, que faço o melhor que sei, e que sei que estamos ambos a fazer um bom trabalho. Que trazes em ti cravado o melhor de mim.
Que ambos tentamos todos os dias sermos mais e melhores.
Que mesmo todos os dias, do acordar, ao ir levar, buscar, falar, ralhar, sorrir, rir, cantar, estudar, comer...todos os dias sem excepção o amor cresce.
O amor de uma mãe cresce todos os dias!
Todos os dias!
Todos os dias!
Todos os dias!
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