terça-feira, 29 de março de 2016

Ontem chorei!

Ontem chorei!
Chorei muito. 
Chorei num desabafo.
Já devia ter chorado mas, aguentei...
Já devia ter chorado todo o dia mas, aguentei.
E depois chorei, chorei muito.
Solucei.
Quase sem conseguir falar, só chorei, queria gritar, berrar.

Trago o fato do cansaço vestido.
Trago a maquilhagem da derrota espelhada.
Trago peso nos braços de quem perdeu forças para os levantar.

Leio aqui. Leio ali. Parece que não faço nada bem.
Parece que afinal há regras.
Existem formas e fórmulas.
Não sabia!
Ninguém me ensinou.
Nem a mim nem a ti...

Entreguei as armas para lutarem por mim, para ganhar a batalha, pois eu estou quase a desistir.
E choro.
Choro de dor. 
Choro sem saber bem porquê.

Entreguei o jogo, sinto que não fui capaz. É triste acharmos que não fomos capazes. 
Mas, repleta de lágrimas, numa dor de mãe, sei que dei tudo.
Dei amor. Muito amor.
Dei amizade. Dei carinho.
Dei colo.
Dei ajuda.
Partilha.
Riso.
Conforto.
Amizade.
Dei confiança.
Dei de mim. O melhor que tenho e sei.
Dei, dou e darei sempre!
Choro!
Choro como mãe.
O choro de uma mãe não tem medida.
Só tem amor.
Tem desespero.
Tem tristeza.
Este choro tem dor e frustração.
Ontem chorei.
Amanhã é outro dia.
Não desisti amanhã, só desisti hoje. 
Estou cansada! Muito cansada.
A minha força és tu. 
O meu Norte, o meu Sul.
Mas tenho de acreditar que ao teu lado, do outro lado, mesmo que chore será sempre por te amar.
Sempre por te Amar mais do que a mim.
Afinal sou tua mãe. Sem fórmulas, sem regras, só com Amor.

Profissão: Mãe de um adolescente 


quarta-feira, 24 de junho de 2015

Amor amor amor

Todos os dias vejo e leio artigos relacionados com amor, relacionamentos, querer, ter e dar amor.
O amor não se acha, não se procura. O amor acontece!
Quando menos esperamos até quando menos queremos ele bate-nos à porta do coração.
Não existe maior amor que o que devemos ter por nós próprios.
O maior respeito.
A maior certeza que sozinhos somos capazes e felizes.
Que vivemos com o nosso silêncio tranquilamente, em paz.
Existe um role de pseudo relacionamentos descartáveis, porque efectivamente não existe amor.
Amor exige dedicação, partilha exige de nós.
E, hoje a maioria somos egoísta.
Se não dás eu também não dou!
Se não fazes eu também não faço!
Se não queres eu também não!
E nesta luta de costas viradas, do empurra, e sem amor, vivem os relacionamentos descartáveis.
Para mim o amor hoje em dia tem outro sabor.
Já não palpito como uma batata frita à espera do beijo prolongado...palpito com uma conversa em que sei que me entendem, e que num carinho, e uma gargalhada tudo faz sentido.
A vida a dois é uma aventura. 
O beijo prolongado, como a união dos corpos faz parte, está implícito, mas não deve ser o único sustento ao amor.
Temos de ser flexíveis, ponderados, compreensíveis, dedicados, amigos, companheiros...pacientes...
Amar só "me" faz sentido nesta plataforma de partilha, de troca de sentimentos e acções. Dar e receber tem de ser cíclico. Equilibrado.
Os corpos elegantes e majestosos desaparecem, o fogo da paixão esmorece e se ao nosso lado não tivermos quem nos ame por dentro, pelo que somos, pelo que damos, seremos infelizes. E, não existe maior solidão que aquela que sentimos quando estamos acompanhados.
O amor do outro deve alegrar-nos e ser um complemento, não uma necessidade. 
O amor na forma empírica de necessidade, depressa se torna doentio, depressa acaba.
O amor não deve anular o outro.
Não deve retirar amigos.
Não deve nem pode anular carácter.
O amor deve estimular ao que nos faz bem, o que nos faz felizes.
Equilíbrio.
Amor só faz sentido se for sentido e querido.
Partilhar, amar, conversar, namorar, rir e sorrir, respeitar, querer, dar e receber. Isso é Amor!



terça-feira, 19 de maio de 2015

|Barreiras

A vida dá voltas.
Tira nos a rota.
Empurra-nos por vezes em caminhos longos.
Tira nos de cruzamentos
E de pensamentos que as vezes não queremos ter, ver ou sentir.
Sou forte, de emoções, de empatias, de criar laços 
De coração na boca
Mas por vezes os encontrões levam-nos a deixar de acreditar 
Criando proteções, muros altos.
Porque não queremos sofrer de novo, não queremos deixar a nossa paz. O nosso bem estar alcançado.
A tranquilidade conquistada.
O sossego de uma família que é efectivamente feliz.
Mas, 
Mas por vezes enganamos-nos 
Outras precipitamos-nos 
Refinamos o gosto
Aumentamos o grau de exigência
E quando achamos que não é possível 
Surpreendentemente mesmo não querendo ver
Alguém quer ficar, permanecer, estar, ficar, ser a nossa vida
Determinadamente
De forma suave
Leve
Com jeito 
Com carinho
Com mimo
E
Às vezes, só mesmo às vezes temos que acreditar
Temos de deixar acontecer
Temos de abrir portas e janelas
Agora que te deixei entrar espero que seja para ficar


terça-feira, 14 de abril de 2015

|um momento

Há dias e dias...
Dias em que me apetece fechar me só comigo.
Longe de pensamentos, longe do mundo.
Escutar me só a mim...
Num silêncio que fala comigo.
Há dias de cansaço que exigem retiro.
Hoje estalava os dedos, e fugia dos pensamentos, das obrigações, das responsabilidades, nem que fosse só por um momento.
Dias em que o sol, ou a chuva não se sentem.
Dias que só me sinto!
Dias que não são dias.
Dias em que tens de parar.
Respirar, hoje, seria suficiente.
Dias em que recuar no tempo seria primordial, castelos e gatos falantes, poções mágicas, ficar pequena e cruzar um outro mundo de ilusão, onde há sempre amor e está sempre sol!
A vida devia ter um botão de emergência.
"Usar só em caso de emergência"
Planar noutra dimensão, sentir a leveza do corpo e da mente. 
Sem cobranças, sem dúvidas, sem porquês.
Hoje queria esse botão, por instantes, por um momento.
Amanhã será certamente diferente.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Post para Adultos

Afinal o que queremos?
Falo com amigas, falo com mulheres, resolvidas, trabalhadoras, lutadoras, mães ou não, mas mulheres capazes, Mulheres de bem com a vida, e oiço o mesmo de todas, procuramos um Amigo.

Vivi 18 anos numa relação da qual tenho a melhora dádiva, o meu G, a luz da minha vida, a minha maior preocupação, e o maior motivo dos meus cabelos brancos.

Uma relação que não acabou bem, numa relação onde deixou de haver partilha, deixou de se conversar, deixou de se amar, e assim de um dia (quase) para o outro se chega ao fim.

Penso que provavelmente nada dura para sempre, nada é efêmero.

Vivi, sofri e aprendi desses anos passados e tirei certezas que (vá) praticamente considero dogmas!

Jamais deixarei de me preocupar comigo em primeiro lugar, com o que eu quero, com o que eu gosto, com aquilo que me faz bem, com os objectivos que quero e que vou alcançando.

Jamais deixarei de estar, fazer ou ser aquilo que sou. 

Jamais abdicarei de uma amiga, de um café, de duas horas de telefone, de gargalhadas recheadas de amor e cumplicidade!

Jamais serei uma empregada de limpeza, uma cozinheira, empregada de escritório, estafeta, psicóloga, enfermeira, moça de recados, sem ser devidamente remunerada, com Amor! Com partilha!

Jamais permitirei que alguém esteja comigo e não me faça rir. Muito!

Que diga que me Ama!
Que me demostre mais do que me diz que me Ama, que vivemos em sintonia e partilha.
Que somos amigos e amantes na cama.

Queremos um amigo, que nos cuide, e queremos cuidar, queremos dar e receber Amor, dar e receber!
Dar e receber!
Mimos.
Fazer uma cama.
Cozinhar com paixão entre beijos e apalpões escondidos numa cozinha onde se dança.

Queremos quem nos ouça, quem tente entender.

Que respeite e se faça respeitar, que se dê ao respeito.

Que só tenha olhos para nós, mas que não seja ridículo de deixar de olhar para o que deve ser visto.

Que ame os nossos filhos e que nos cative com pequenos gestos de preocupação.

Que entenda a nossa profissão e não nos julgue por sermos e amarmos aquilo que fazemos.

E que nisto tudo nos arrebate beijos.
Que saiba tocarnos no corpo mas que nos dispa a Alma.
Que nos agarre de paixão.
Que seja precisamente aquilo que se exige de um homem, que nos dê prazer infinito, que nos faça revirar os olhos, arfar de impulso e querer aquilo e só aquilo, todos os dias, cada vez mais!

Que o Amigo seja companheiro, seja amor seja amante seja surpresa, e que a mulher seja louca, despida de preconceitos, boneca todos os dias e doce na entrega.
É isso!

Não queremos barrigudos. Cheios de vícios, manias e problemas de consciência, problemas mal resolvidos com anteriores relacionamentos, agarrados a garrafas de cerveja e a copos de whisky e que pararam no tempo, ainda ouvem Mafalda Veiga e pensam em tempos que passaram há séculos!

Eu quero cantar e dançar!
Quero ver o mundo.
Quero nadar nua num mar azul cristalino com temperaturas quentes!
Quero ler ainda mais...quero sonhar ainda mais!
Quero concertos!
Quero conhecer pessoas!
Provar e saborear iguarias.
Quero e vou.
Quero e sou!
Que a minha insustentável independência seja repleta de partilha por alguém genuíno, cheio de amor para dar, que me deixe voar, sem me prender que eu volto porque sei onde sou feliz!



domingo, 15 de março de 2015

|Querer de novo


Recomeçar implica sempre coragem. 
Paciência, e determinação.
Essencialmente vontade.
Vontade, que não sei se tenho. Se quero.
Recomeçar ou iniciar um percurso.
Iniciar um novo amor.
Devo começar por saber se quero um novo amor. 
Se tem lugar na minha vida.
Se existe disponibilidade.
Se tenho agenda para marcadores cor de rosa.
Todo um processo novo de reconhecimento de terreno.
O que gosto, o que não gosto, como gosto. 
Explicar tudo de novo.
Ensinar.
Referir.
Memorizar.
Sabes que gosto de branco.
Sabes não gosto que me toquem no rosto.
Sabes gosto de dormir sozinha e nem por isso te amo menos.
Sabes preciso do meu espaço.
Do meu tempo.
Do meu ar.
Preciso de risos que são o ar da minha Alma.
Preciso de liberdade.
Preciso de ser eu.
Sempre eu.
Todos os dias.
Não quero ser de mais ninguém.
Sou só minha.
Não quero que sejas meu.
Não quero alterações, esforços, não quero obrigações.
Quero leveza de amor, de espírito e da alma.
Partilha simples.
Não quero ter de explicar o que sinto.
Não quero explicar principalmente o que não sinto.
Seria fácil se nos lêssemos no olhar, num abraço, num beijo longo e quente.
Os beijos falam. 
Ensinam e dizem coisas importantes.
E eu, antes do beijo como te sei?
Como me sabes?
E o tempo passa. 
E a vontade parece me pouca. 
Quando queremos fazemos acontecer, quando não sabemos esperamos pelo tempo. 
Que siga caminho, e deixe espaço, para que possa fluir, aquilo que não sabemos que pode acontecer.
E eu não sei, sequer, se quero, que aconteça!
Voltas e mais voltas e a vida volta ao mesmo.
Voltas que dou e só me encontro em mim.
Em mim que sei como sou. Do que sou feita. 
Que não preciso de me explicar.
Sei me. 
Iniciar será mais fácil que recomeçar?
Recomeçar já leva aprendizagem,mas pode carregar notas negativas. Pensamentos inseguros. 
Amores desfeitos.
Querem te dar o mundo e não percebem que tu já o tens. 
O teu.
Não quero o mundo de ninguém.
O meu basta me.
É meu, e nele vejo o que amo.
Vive só quem quero. 
Respiramos do mesmo ar.
Preciso do mar. 
Ele sabe me.
Dá me respostas. 
Ouve me e nada me pergunta.
Não tenho vontade. 
Sabes, gosto do Sol.
Do quente.
Da areia.
De silêncio no mar.
E ter de explicar tudo de novo...não sei se consigo.
Não sei se quero.
Lê me só com o olhar pode ser?

quarta-feira, 11 de março de 2015

Tu cá tu lá ou 3ª pessoa!



"Olha lá, desde quando é que tu e o teu filho se tratam por você?!!!! "

Perguntaram me hoje.
Desde nunca. 
Pois eu e o meu filho não nos tratamos por você.

Acontece de forma descontraída. Sem obrigações. Sem marcas. Quando queremos.

Que fique claro que não acho que tratar ou ser tratado pelos filhos ou por quem quer que seja por "você", uma referência a pedantismo.
Cada um trata como acha que faz sentido. E não é o "tu" ou o "você" que dá ou tira respeito.

O G trata me na grande maioria das vezes por "tu" mas não tolero um TU expressivo, soa-me mal.
Não gosto. Ponto!

Quando se refere a mim sou "a mãe" é "a tia", "o pai" e por aí diante!

Quando quer alguma coisa (tem graça) sim, trata me na 3ª pessoa. Nunca o obriguei. Nunca achei que me respeitava mais ou menos por isso.

Somos cúmplices, dizemos disparates mas principalmente amamos-nos incondicionalmente.

Não tem a ver com pseudo "tias" do Restelo, ou de um apelido "do Espírito Santo Sá e Cunha", mas por que soa melhor.
Tenho imensas amigas e familiares que tratam ou se tratam por "você" nunca me fez confusão. Trato por tu, e por você e não deixo de ser a mesma pessoa! De dar o mesmo.

Sinceramente, este assunto não me incomoda, é me linear. 

Já o dar só um beijo, enerva me.
Gosto de beijos. Gosto de abraços.
Gosto do toque.
A um só beijo, quase prefiro um aperto de mão.

Não gosto de crianças mal educadas, por tu ou por você. 
Que berram. 
Que não sabem estar.
Que não pedem "por favor" e não sabem dizer "obrigada".
Que não sabem agradecer com um olhar.

Irritam-me os pais que educam mal educados. Frios e petulantes. Sejam tratados por tu ou por você.

Irrita-me ir jantar, e ter de ouvir berros, guinchos e birras quando tirei o dia ou a noite, abri a carteira para ter umas horas de sossego e degustação.

Sou mãe e nunca deixei que acontecesse.
Não sou, nunca fui, nem serei imune a miúdos mal educados e a pais com surdez selectiva.

Incomoda-me crianças que não gostam de animais.
Que não partilham.

Tratem lá as vossas crias como quiserem, fazendo parte ou não daquilo que acham correcto, mas principalmente ensinem a Amar e a ser grato. Todos os dias!